sexta-feira, 27 de maio de 2016

Notas da frequência

As notas finais serão atribuídas até 3 de Junho, a fim de permitir questionamento.

 

Sexta 27

1. Entrega dos testes.
2. O essencial e o acessório, o meio e o fim. O dinheiro é um meio ou um fim? A nota é um acessório ou o essencial?

Vídeos:
John Cooper Clarke. Aqui.

A França tinha Raymond Devos, um poeta-humorista. Conheci os seus textos, sempre cómicos, sempre melancólicos, dos livros. Só depois soube que ele os dizia em stand up. Os EUA tinham George Carlin:
 
 
John Cage e a sua talvez mais famosa composição:

 
 
O Leonard Cohen cantor já lá estava no poeta dizedor:
 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Citação, paráfrase, intertextualidade, plágio

«A Literatura Infanto-Juvenil não nasce como um produto criado a priori para deleite e formação da criança, mas surge, antes, como resultado de um complexo cultural em que a tradição popular serve-lhe de base. Essa literatura inaugural, a que podemos chamar de tradicional, é sobretudo marcada pela oralidade, registrada na memória coletiva dos povos, geralmente anônima e de extração folclórica. Nela encontra-se, a rigor, a gênese da Literatura Infanto-Juvenil, razão de sua vitalidade como manifestação cultural e inesgotável fonte de inspiração da histórias destinadas às crianças (...)»
http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais15/alfabetica/SilvaMauricio.htm

«A literatura juvenil é o resultado de um complexo cultural e uma intensa condição social, frequentemente baseada na tradição popular proveniente de reminiscências folclóricas dos povos. Como tal, incorpora narrativas míticas, tais como fábulas, mitos, lendas, contos de fadas, entre outros.»

 «A Literatura Infanto-Juvenil não nasce como um produto criado a priori para deleite e formação da criança, mas surge, antes, como resultado de um complexo cultural em que a tradição popular serve-lhe de base. Essa literatura inaugural, a que podemos chamar de tradicional, é sobretudo marcada pela oralidade, registrada na memória coletiva dos povos, geralmente anônima e de extração folclórica. Nela encontra-se, a rigor, a gênese da Literatura Infanto-Juvenil, razão de sua vitalidade como manifestação cultural e inesgotável fonte de inspiração da histórias destinadas às crianças (...)»


sexta-feira, 20 de maio de 2016

Teste complementar: 4ª 24, 10h

O teste para os alunos que não puderam comparecer no dia aprazado é quarta 24, na sala 0.02, às 10h. 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Milo Manara – pornografia ou erotismo? Machismo, obsessão ou admiração pelo corpo feminino?

Maurilio Manara começou a explorar o seu gosto pela ilustração ainda enquanto estudante universitário. Teve a inspiração e o auxílio de alguns outros artistas, que chega a considerar seus mestres - e a sua genialidade atingiu tal ponto que lhe permitiu tornar-se, ele mesmo, a referência das referências da bd erótica (ou sera pornográfica? I guess we’ll never know…).

Pelo teor dos seus desenhos, não consegue desligar-se polémica que sempre teimou em sobrevoá-lo. Será machista a mão que desenha O Clic? Serão as “suas” mulheres, seres dotados de um desejo infinito e insaciável, meros objetos sexuais nas mãos de homens (por ele desenhados com linhas mais rudes e tons mais doentios, ao contrário da sensibilidade e firmeza que imprime nos corpos femininos)?


As opiniões multiplicam-se mas nem sempre vêm seguidas de argumentos fortes ou sequer válidos (leitores e não leitores, repararam no argumento ou ficaram só especados a olhar para as imagens, de olhos arregalados?). Há quem mostre pudor ao folhear as páginas de Caravaggio, quem não resista à curiosidade depois de ver a capa d' O Perfume do Invisível e quem se pseudo-revolte e diga “Este arranja todas as desculpas e mais algumas para desenhar mamas e rabos, a história nem faz sentido e lá está ela nua outra vez!”. Muito difícil é ficar indiferente.


Aula de Quarta 11

1. O chapéu da moda
1.1. Os EUA são um país multi-cultural mas o chapéu geral é WASP (anglo-saxónico protestante branco)
1.2. As disciplinas da moda: inglês como outrora foi francês (Bachelard, etc.), o modelo das ciências exactas (FCT) aplicado às discipluinas de Humanística
2. A literatura e a incerteza
2.1. O poema como manual de instruções
2.2. Num mundo incerto, que melhor preparação do que ler textos por definição incertos?
3. Matilde Campilho - por Inês
4. Dario Fo
4.1. Pode um palhaço ganhar o Nobel da Literatura?
4.2. A literatura como desrespeitinho



terça-feira, 10 de maio de 2016

Um poema que é (talvez) uma definição de poesia

Poesia  :  o que poderá ser ?
Consideremos o seguinte poema :




                                        Paulo Leminski  in  La Vie em Close

Num blog de Melo e Castro: aqui.

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Nem de propósito - algum interessado?

Caros artistas e poetas

A 6ª edição do Festival Silêncio, a decorrer entre os dias 30 de Junho e 3 de Julho na zona do Cais do Sodré, em Lisboa,
vai dedicar uma secção temática a Ana Hatherly, com uma programação estruturada por Manuel Portela.

Nesse âmbito, fui convidado a coordenar duas exposições, uma intitulada “Ana Hatherly: Pintura de Signos”,
constituída por obras originais de Ana Hatherly e uma mostra bibliográfica, com material proveniente do meu Arquivo de Poesia Experimental,
a ter lugar na Fundação Portuguesa das Comunicações, e uma outra, coletiva, com o título “ReAnagramas”,
a apresentar na Galeria Municipal da Boavista, para a qual os estou a convidar
(ambas as exposições prolongar-se-ão para além do período de realização do Festival).

Com base na sinopse proposta por Manuel Portela, essa exposição será constituída por um conjunto de (re)criações  em múltiplos meios, 
a partir de obras de Ana Hatherly, propondo-se aos poetas e artistas convidados que se apropriem de uma obra da autora,
ressignificando-a livremente, recorrendo a qualquer técnica, matéria ou meio.

O Festival Silêncio encarregar-se-á do eventual transporte, emolduramento das obras (quando necessário),
montagem das mesmas e respetiva devolução.

Porque o espaço da Galeria da Boavista é relativamente pequeno, agradeço que confirmem
a vossa participação até ao dia 23 de maio.
Os trabalhos poderão ser enviados / recolhidos até ao dia 6 de junho.

Obras com dimensões mais reduzidas (sobretudo em papel)
poderão ser enviadas por correio para:

Fernando Aguiar
Apartado 50.253
1707-001 Lisboa

domingo, 8 de maio de 2016

Os conceitos e a discussão



«Deve-se sempre começar um debate com uma definição clara dos conceitos a usar pelas partes, de modo a estabelecer um campo de comunicação.»
Miguel Vale de Almeida (Antropólogo, ISCTE)

Um aluno desta disciplina tem o «dever» de ser capaz de, em poucas palavras, dizer o que entende por: literatura, literaturas marginais, fc, bd, policial, literatura oral, performance, acção poética... 

sábado, 7 de maio de 2016

A língua é muito traiçoeira


Tex Avery - A slang symphony - Video... por cartoonworld4all


A título de curiosidade, e já porque tantas vezes em aula falámos das armadilhas da linguagem, ontem deparei-me com esta curta-metragem do genial Tex Avery, chamada "Symphony in Slang". Tem uma animação de qualidade paupérrima, mas o conceito é tão bom que os meios técnicos reduzidos não impedem que estes seis minutos e qualquer coisa tenham algo de genial. Um indivíduo vai parar ao Céu e tem de explicar as causas da morte aos porteiros desse estabelecimento divino. E o que vemos é um desfile de imagens surreais que tentam responder, literalmente, às expressões idiomáticas do inglês dos states mais ou menos conhecidas por nós. É um exercício delicioso de dissecação dos trocadilhos, e de como alguns podem parecer coisas realmente estapafúrdias, para quem não os conhecer. Uma obra prima dos "trocadalhos do carilho" e, possivelmente, o filme mais intraduzível da História do Cinema (vi isto com legendas em português num DVD e, como não há quase nada na nossa língua que se assemelhe às expressões que desfilam na curta, o tradutor teve de buscar algumas outras, de cariz nacional, com significado similar... mas que perdem o lado "literal" das ilustrações animadas).


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Gajas, gajas, gajas


Da aula de hoje, 6 de Maio

1. O meu pai dava aulas de desenho
1.1. Educação visual, digo. Numa altura em que elas passaram a chamar-se aulas de «Educação Visual». A tónica é clara: não mais treinar apenas o jeitinho, o talento, mas ajudar o aluno a expressar-se. Uma disciplina formativa mais do que informativa, junto com (digamos) outros três pilares: educação musical, matemática, português. O meu pai usava um método simples para ajudar o aluno a libertar-se de vícios e tiques: se o desenho era miudinho dava-lhe uma folha grande: «Agora usa o espaço todo.» E vice-versa. 
A ideia era adquirir flexibilidade. Carlos, nãao Eusebiosinhos. 
1.2. Um bom cidadão é útil?
1.2.1. Sem dúvida - se o puder ser, maravilha. A questão (e é ideológica) é se a prioridade é «ser útil» ou «ser feliz». O que, na equação, está em cima - o que (para usar uma expressão recorrente em aula) é essencial e acessório. 
1.2.2. E cito o novel Presidente da República: «O importante é que as pessoas sejam felizes.» Daqui.
1. 3. Um exercício simples de acuidade visual, este dos 9 pontos. A regra é clara, infelizmente choca com outra regra, que está dentro da nossa cabeça. Por que motivo a uns alunos que falharam eu aplaudo e a outros censuro? Pelo esforçom pelas sucessivas tentativas.
1. 4. E a realidade? «(...) Expliquei-lhe: a realidade não mudou, mas mudou o modo como lidamos com ela. Ou seja, a realidade mudouDaqui.
2. Acção poética. Apresentação de trabalho (Ana Beatriz F. Paula).
2.1. O Movimento +-.
2.2. Discusssão: quem tem razão?
2.3. Efémero, lúdico, com materiais pobres, acontecimento único (mas registado).
2.4. A legitimação.
3. Os textos de Shakespeare, no suporte papel, estão como que em coma: crocodilos em letargia esperando a presa. Qualquer texto anima-se quando tem um leitor. Mas um texto teatral anima-se quando tem um intérprete. E se ele foi excelente, o texto ganha toda uma quantidade de texturas e sabores:





Uma bela (e mais complexa do que parece) leitura cultural

Questões levantadas: idade, género, bom/mau comportamento, legitimidade, códigos de vestuário, preconceito, "ageism", discriminação, forma & função, lugar, discurso, polémica. Tradição. [E a lista continua]


Comunidade - uma das obras primas de Luiz Pacheco

Ler aqui.

Luiz Pacheco faria amanhã 96 anos (7 de Maio de 1925). Online um documentário sobre o homem e a obra, sendo que neste caso ambos se confundem de forma peculiar.


quinta-feira, 5 de maio de 2016

Da aula anterior: Onde está a graça? Em não ter graça

Em não ter graça? Mas então onde está a graça? Se não tem graça como pode ter graça? Ai, está a dizer-me que não ter graça é precisamente a graça? Bem, sendo assim não tem graça nenhuma. Como pode ter graça? Como pode ter graça se não tem graça?

«I don't know if you're laughing at me or with me. (...) I'm trying to do my best. (...) I don't know what to do.»
Andy Kaufman (1975):

E O Humorista (João Cunha, Sic Radical, 2014):

No filme Man in the Moon (Milos Forman, 1999) com Jim Carrey percebe-se melhor o embaraço, a sensação de constrangimento que à partida devia ser o oposto do «ter-graça»: relaxar, descontrair, reconfortar, confirmar (o que já sabemos e achamos). 



terça-feira, 3 de maio de 2016

Ainda a avaliação

A um mês do fim do semestre (embora depois haja duas aulas de compensação), vale a pena voltar a repetir quais os critérios de avaliação:
1) Trabalho + teste + participação = avaliação tipo A
2) Trabalho + teste - participação = avaliação tipo B
3) Teste = avaliação tipo C

Quem tiver 8 no teste tem direito a ir a exame.

Aulas de compensação: 1 e 3 de Junho, mesma sala, mesma hora de sempre. (Adequadamente, dia 1 é Dia da Criança.)

O exame de recurso ou melhoria será em dia a confirmar - provavelmente 22 de Junho.

O que sai para o teste? 
O teste é feito de modo a permitir/promover que apliquem os vossos conhecimentos. adquiridos e exerçam o vosso espírito crítico.
Há questões de resposta breve e questões que pedem um «pequeno ensaio» - de página e meia, duas páginas, grosso modo.

Temos de ler tudo?
Não, não têm de ler tudo. Mas têm de ter lido alguma coisa. Os textos de apoio são obrigatórios. A partir daí, vocês terão orientado as vossas leituras para a disciplina de acordo com os vossos interesses, dentro do vasto (demasiado vasto) leque de propostas.
Alguns textos teóricos cativaram o vosso interesse? Algum texto estético vos interessou?

A pergunta é: «como organizo eu esta cadeira na minha cabeça a partir da miscelânea de temas levantados em aula?»

As próximas semanas serão dedicadas a «embrulhar» a matéria dada e por dar. Esta é, sempre foi, uma cadeira de Literatura - só que mais heterodoxa do que será habitual. Mas todos os caminhos vão dar ao texto - é em função dele que trabalhamos, e é ele também o nosso modelo de leitura das cousas do mundo.