Dada
Dada, ou Dadaísmo, é um movimento intelectual
e artístico que nasce em New York e simultaneamente
em Zurich, em 1916. Tristan Tzara (1896-1963), e Hugo Ball (1886-1927), são os seus percursores. Mais tarde, juntam-se
outros elementos, como: Marcel Janco,
Richard Huelsenbeck, Hans Arp, Emmy Hennings e Hans Richter.
Ao longo dos
anos vinte e trinta, logo após a Primeira Guerra Mundial, a sua influente
doutrina expande-se para outras latitudes e procura abranger o maior número de seguidores
para a sua filosofia de vida. Caracteriza-se pela tentativa de modificar a arte
através da provocação e da rejeição dos valores instalados, respeitando o indivíduo na
sua essência, sem influências exteriores do meio ambiente e valorizando a espontaneidade.
Rápidamente o Dadaísmo se difunde na Europa,
especialmente em Paris, onde encontra
enorme adesão nas diversas correntes vanguardistas. Transforma-se numa escola
internacional de artistas e escritores que, revoltados com a enorme atrocidade,
ferocidade e maldade da guerra, querem manifestar o seu descontentamento pela
actuação dos homens naquela que foi uma das maiores causas de mortandade
humana. Assume-se, deste modo, como uma corrente cosmopolita e de protesto,
onde a burguesia e os seus valores morais condenáveis são criticados e um alvo
a atingir, a destruir, a demolir.
André Breton, (1896-1966), colaborador e
célula activa deste movimento, escreveu o primeiro Manifesto Surrealista (1924), onde defende uma escrita automática, espontânea,
onde as palavras possam vir livres de qualquer influência da razão, verdadeiro
automatismo psíquico, mas, indissociáveis da poesia, do amor e da liberdade, que
são o cunho da personalidade de Breton.
A arte traz consigo
novas técnicas onde transforma e inverte formas, reflexo de como estas se
realizam/criam. Então, introduzem-se novas abordagens que se dizem artísticas
como a colagem, a fotomontagem, ou mesmo o Ready-made.
Aparece também a tipografia e o desenho que, utilizados na pintura, são um
desafio para novos conceitos a incluir no novo movimento estético.
Tristan Tzara funda com Hugo Ball a revista Cabaret Voltaire, pretendendo informar que, para lá das guerras que
cegam os homens, existe uma humanidade a ser purificada. Editam ainda uma outra
revista de nome Dada, em 1917, onde
publicam sete manifestos, as vozes dissonantes de valores existentes convencionados
socialmente. Os seus leitores podem neles absorver ideias inovadoras e revolucionárias,
rejeitando as instituições Família, Religião e Academias, assumindo-se contra
todos os sistemas instalados nas áreas da Filosofia, Ciência e Estética. A independência,
a liberdade para pensar, liberdade de criar são as bandeiras desta imprensa.
O Dadaísmo lega-nos uma grande doutrina
filosófica, não estética. Coloca o Homem perante as questões das verdades instaladas,
leva-o a tomar consciência sobre um destino colectivo. Do seu cepticismo vê nascer
novos conceitos estéticos, concluindo que o Homem está em criação permanente.
Manuela
Achega
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